UMA ROSA DO MEU JARDIM

“SE AS PESSOAS ACEITASSEM ESTE MOMENTO, QUE É AO MEU VER NATURAL, ESTARÍAMOS MAIS FELIZES CONOSCO E COM O PRÓXIMO. POIS SÓ SEREMOS FELIZES QUANTO SOUBERMOS RESPEITAR OS LIMITES E ESPAÇOS QUE NÓS PRECISAMOS TER, SEM COBRANÇAS, QUE MUITAS VEZES NÃO NOS LEVAM A NADA E NEM NOS TORNAM MELHORES, POIS QUANDO DEIXAMOS DE SER QUEM SOMOS, APENAS PARA AGRADAR AO OUTRO, NOS TORNAMOS INCOMPLETOS E INFELIZES E SE COMEÇARMOS A BUSCAR ISSO NOS OUTROS E AÍ PERDEMOS A NOSSA ESSÊNCIA E A NOSSA LIBERDADE DE SER!

domingo, 19 de junho de 2011

Retrato da Mulher Triste- Cecília Meirelles


Vestiu-se para um baile que não há.
Sentou-se com suas últimas jóias.

E olha para o lado, imóvel.
Está vendo os salões que se acabaram,

embala-se em valsas que não dançou,

levemente sorri para um homem.

O homem que não existiu.
Se alguém lhe disser que sonha,

levantará com desdém o arco das sobrancelhas,

Pois jamais se viveu com tanta plenitude.
Mas para falar da sua vida

tem de baixar as quase infantis pestanas,

e esperar que se apaguem duas infinitas lágrimas.

Um vento muito leve passa...

Leve, leve, muito leve,
Um vento muito leve passa,
E vai-se, sempre muito leve.
E eu não sei o que penso
Nem procuro sabê-lo.
Alberto Caeiro, Heterónimo de Fernando Pessoa